Se
você precisasse de uma escolta, de um guarda-costas ou de um amigo para
acompanhá-lo por uma viela escura, Sansão seria o homem certo. Dono de
força prodigiosa, ele enfrentava leões desarmado, despedaçava inimigos
confiantes e chegou a derrotar um contingente de mil guerreiros usando
apenas uma queixada de jumento. Sua última demonstração de força bruta
foi derrubar um templo de pedra usando o vigor dos braços. Sansão não
era imortal; as pedras que esmagaram uma multidão de filisteus
esmagaram-no também. Mas ninguém, nem antes nem depois dele, igualou sua
força bruta. A confiança que depositou numa mulher traiçoeira, Dalila,
levou-o à queda. O cabelo intocado tinha relação direta com sua força; o
barbeiro era para Sansão o que a Kryptonita representa para o
Super-Homem. Sansão não podia explicá-lo, mas sabia que o corte dos
cabelos lhe tiraria a força. E foi exatamente isso que Dalila tramou.
Ela o atraiu aos seus inimigos e conspirou para vê-lo agrilhoado e cego.
Ele viveu prisioneiro até pôr fim à sua vida - e às vidas de centenas
de filisteus - ao destruir o templo de Dagom com as próprias mãos.
Fonte: edições antigas do Jornal Folha Universal